Díli, 15 mar 2021 (Lusa) – O Governo timorense decretou hoje o prolongamento até 02 de abril da cerca sanitária e do confinamento obrigatório em Díli, aplicando medidas idênticas nos municípios de Baucau e de Viqueque até 29 de março.
A decisão foi tomada numa extensa reunião extraordinária do Conselho de Ministros convocada no essencial para discutir as medidas em vigor no país no quadro da resposta à covid-19, e quando há o maior número de casos ativos de sempre, 97.
“O Governo decidiu a manutenção e continuação da cerca sanitária e do confinamento obrigatório no Município de Díli até 02 de abril de 2021”, disse o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Fidelis Magalhães.
“Só está autorizada a saída para as atividades essenciais detalhadas. Regra geral, os cidadãos têm que permanecer em casa. Fiquem em casa. As exceções para comprar comida, telecomunicações ou necessidades básicas. Quem tenha de trabalhar serviços essenciais públicos ou privados, estão autorizados a circular, mas o resto deve ficar em casa”, afirmou.
O Governo aprovou ainda a criação de uma cerca sanitária e confinamento obrigatório nos municípios de Baucau e Viqueque com regras idênticas às de Díli.
As medidas nos municípios de Baucau e de Viqueque entram em vigor na terça-feira.
Fidelis Magalhães explicou que as decisões foram tomadas depois dos membros do Governo ouvirem uma apresentação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) que fez um “ponto da situação” da pandemia da covid-19 em Timor-Leste.
No caso de Díli a cerca sanitária foi imposta na terça-feira passada e durante uma semana, sendo agora alargada até ao final do dia 02 de abril depois da confirmação de 19 focos da doença associados a vários bairros e instituições na capital.
Em Baucau há dois focos da doença, segundo os dados mais recentes divulgados no domingo, com a cerca sanitária a prolongar-se até 29 de março.
Até ao momento o Governo não anunciou ainda qualquer caso positivo em Viqueque.
Continua em vigor a cerca sanitária no posto administrativo de Fatumean, junto à fronteira com a Indonésia, no município de Covalima.
Num dia em que chegou a Díli um avião de Lisboa com cerca quase 190 passageiros, timorenses e portugueses, Fidelis Magalhães disse que o maior risco para a propagação da doença não são as entradas formais no país.
“O controlo de quem vem de avião é mais apertado, inclui apresentação de testes, uso de máscara e vai diretamente para quarentena. A grande ameaça responsável pela propagação da doença até agora são as entradas ilegais na fronteira terrestre”, disse.
O ministro clarificou ainda a lei no que toca a exercício individual na rua, explicando que não está permitido.
“O desporto individual não está autorizado. A regra geral, vigente é que todos têm que ficar em casa para casos muitos específicos que estão previstos, relacionados com compra de alimentos, acesso a serviços de saúde e outras”, disse.
E deixou apelos à cooperação da população, condenou recentes intimidações e ameaças a equipas de saúde e saudou a “abnegação” dos profissionais envolvidos no combate à doença.
“Apelamos a toda a população para que cooperem com as autoridades. Se cumprirem a cerca é mais fácil controlar a doença e levantar as medidas”, afirmou.
“O Governo reitera a sua apreciação pelo trabalho do CIGC, pela abnegação e serviço incansável de todas as equipas, especialmente pessoal de saúde e segurança, envolvidos no combate. Estão a correr risco e a pôr em risco as suas famílias para proteger a saúde de todos”, afirmou.
ASP//MIM
Lusa/Fim